O Gato - Contos da vida real

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O Gato

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A minha filha caçula Naila, funcionária do INSS em Belo Horizonte, é muito diferente dos seus sete irmãos. Aliás, ninguém é igual, todos somos diferentes. Mas, o modo de viver desta menina, mãe de três filhos, é digno de ser comentado. Ela é diferente! Gosta da dança tai-chi-chuan, Zen, adora lugar transcendental tipo São Tomé das Letras, Ibitipoca, Três Ilhas, acredita piamente nos discos voadores, tem vocação para o vegetarianismo, mantém sempre incenso aceso em casa, perfumando o ambiente e defende com galhardia a ecologia.   Quando morava na  Av. João Samaha – bairro São João Batista de Beagá, um dia, ao voltar do trabalho (INSS), notou que havia um movimento anormal perto da sua casa, muita gente em volta de um bueiro. Ali estava um gatinho preso na caixa de ferro, miando desesperadamente. Os vizinhos, unidos,   usaram alavanca para remover a pesada tampa metálica,  sem sucesso. Naila, ao sentir o problema, de imediato avisou a todos que iria tomar providências. Dentro de casa telefonou para o Corpo de Bombeiros e descreveu a tragédia felina. Logo depois, ouvia-se a sirene do resgate zumbindo pela Av. Pedro I. Chega o carro vermelho comandado por um tenente. Também tiveram  dificuldades mas conseguiram salvar o bichano indefeso e foram aplaudidos pelos presentes. O tenente, acariciando o gatinho, perguntou: "Quem é o dono do animal?"  Os moradores da João Samaha viraram às costas aos heróis do fogo e deixaram a Naila sozinha! Com seu olhar decidido, falou com o tenente: EU FICO COM O GATO!  O oficial apenas argumentou com minha filha: "Quero sua carteira de identidade, apenas para  formalizar a ocorrência".  Feito isto, a guarnição de bombeiros regressou ao quartel.  No mesmo dia o felino ganhou um lar, caminha e vasilhas para água e alimento. Passado um ano, o animal tinha se transformado num gatão. Naila e o marido compraram uma casa no bairro Itabapoam e foram obrigados a nova mudança. Todo  gato criado é radical. Não aceita outro lar e, pelo seu tamanho, não haveria mais o perigo de voltar ao bueiro. Naila mudou mas, o gato ficou! FIM. /// w@ldem@r, o pai desta menina bacana.

Em 18/02/2001

 
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